sábado, 3 de julho de 2010

Criança Interior


A criança nunca morre em quem quer que seja. Ela não morre quando você cresce; a criança permanece. Tudo o que você foi, ainda está aí dentro. E assim permanecerá até seu último suspiro.
Nunca permita que sua criança morra. Alimente-a e não tenha medo de que ela fique fora de controle. Para onde ela poderá ir?

A porta está aberta...


Este problema de autoconhecimento foi resumidamente e metaforicamente declarado por Simone de Beauvoir. Ela diz, ‘É fácil dizer: Eu sou Eu. Mas, quem sou Eu? Onde encontrar a mim? Eu teria que estar do outro lado de todas as portas. Mas quando sou eu quem bate na porta, o outro, do outro lado, se torna silencioso. Para conhecer o ser, o ser deve estar em ambos os lados de uma mesma porta. Mas quando o ser que bate é o sujeito que conhece e está de um lado da porta, não há ninguém do outro lado da porta para abri-la. E quando existe um ser do outro lado, do lado do objeto que está sendo conhecido, para abrir a porta, não há ninguém do lado do sujeito que conhece para bater na porta! Então, o que se deve fazer?’
Entendeu? Se você é o sujeito que conhece, então quem estará ali para ser o objeto conhecido? E se você é o objeto conhecido, quem estará ali como sujeito para conhecer? Isto é o que Beauvoir quer dizer, que você tem que estar de ambos os lados da porta. Por exemplo, se você está batendo na porta e você é o único ali, não haverá ninguém do lado de dentro para responder à sua batida. Se você está do lado de dentro da porta e pronto para abri-la, então não haverá ninguém do lado de fora para bater nela. Você terá que estar em ambos os lados. Só assim haverá alguma comunicação e algum conhecimento.
Mas eu lhe digo: Olhe... Não existe nenhuma porta para bater e ninguém para bater nela. E mais, a porta está aberta. Ela tem estado aberta por todo o tempo, desde o começo. E não existe nenhum ser para ser conhecido e nenhum autoconhecimento. Conhecer, naturalmente, existe, mas nada como autoconhecimento.
Isto foi o que a grande mística Rabia disse para Hasan:
Hassan costumava orar todos os dias diante do mosteiro, sentando-se na rua. E ele chorava em prantos, olhava para o céu e dizia, ‘Deus, abra a porta! Eu tenho esperado há tanto tempo. Não foi o suficiente? Terei eu que passar por mais testes? Você ainda não me testou o suficiente? Abra a porta! Eu estou chorando. Eu estou em prantos. Eu estou gritando – abra a porta!’
Esta era a sua constante prece, toda manhã e toda tarde. Onde quer que estivesse, ele ia ao mosteiro, sentava-se na rua e orava.
Rabia estava passando um dia. Ela bateu na cabeça do Hassan e disse, ‘Que tolice você está falando? A porta está aberta! Mas você está tão absorvido em seus gritos ‘Abra a porta! Escute-me, Senhor. Por que você não abre a porta?’ Você está tão ocupado com essas tolices, que você não consegue ver que a porta está aberta. Ela sempre esteve aberta’.

É preciso ser corajoso para conhecer a si mesmo...


Um famoso ditado Sufi diz: aquele que conhece os outros, é erudito; aquele que conhece a si é sábio. Ser erudito é fácil, para ser sábio tem que ter vísceras, coragem. Por que? Por que no mundo é preciso ser corajoso para conhecer a si? Existem razões.
A primeira razão é: existe um medo de que se você mergulhar em si mesmo, poderá não encontrar alguém lá...E de certa maneira este medo está certo. Você não vai mesmo encontrar alguém lá. Esta apreensão está certa.
Se o Naresh entrar em si, não vai encontrar o Naresh lá. Se a Astha entrar em si, ela não vai encontrar Astha lá. O mesmo com a Sudha e com o Viyogi. Alguma coisa vai ser encontrada lá, mas é algo que não se define, é algo que não se expressa em palavras. E este algo não é sua posse; este algo é tanto seu quanto é de todo mundo.
Você encontrará algo, mas será o centro universal. Você não encontrará qualquer indivíduo lá, nenhum ego será encontrado. Por isto, o medo. Você irá desaparecer. No autoconhecimento você irá desaparecer completamente. Por isto as pessoas conversam a respeito dele, perguntam a respeito dele, lêm livros a respeito, mas nunca entram. Um medo inconsciente impede seu caminho.
E o homem moderno particularmente tem muito mais medo. O homem moderno é freqüentemente levado ao desespero porque ele tem medo de que o Ser não exista em definitivo ou que ele seja uma máquina nazista, um robot Skineriano, uma barata Kafkiana, um rinoceronte de Ionesco ou uma paixão inútil Sartreana. Todos esses medos explodiram na mente moderna.
Quem sabe? Quando você mergulhar em si, poderá encontrar a barata Kafkiana. Existe uma parábola de Kafka:
Certa manhã ele acordou e descobriu que era uma barata. Deve ser um sonho, ele deve ter acordado dentro de um sonho. E não era apenas isto, a barata estava de pernas para o ar, e ele conseguia ver aquelas pernas se movendo no ar, e ele não conseguia se virar para posição certa, ele estava de costas. E você pode imaginar... a miséria do homem, a agonia e a náusea. E ele tentava arduamente, mas parece que não havia jeito de se virar. Uma grande barata ocupando toda a cama.
O homem moderno tem ainda mais medo. Quem sabe no que você vai tropeçar quando mergulhar em si? Pesadelos, monstros... Quem sabe o que está lá dentro? Por que abrir a caixa de Pandora? Mantenha-a firmemente fechada e sente-se em cima. Isto é o que todo mundo está fazendo. E, sob certo sentido, o medo está certo – mas somente sob certo sentido.

Meditação é uma espera pelo desconhecido...


Meditação é simplesmente uma espera pelo desconhecido, pelo imprevisível, pelo incompreensível. E quanto mais pura for a espera, mais graça surgirá com a meditação. Sem pressa, sem desejos, sem expectativas, simplesmente espere e milhões de coisas acontecerão. Na verdade, as coisas que vão acontecer a um meditador são tão imensas que você não consegue concebê-las, nem em sonhos; elas estão além da capacidade da mente conceber.
Simplesmente espere e deixe as coisas acontecerem a você, não de acordo com você, mas de acordo com a própria existência. A existência não tem que estar de acordo com você; você é que tem que estar em sintonia com a existência, de acordo com ela. Esta é a única diferença entre o não-meditador e o meditador. O não-meditador sempre quer que a existência esteja de acordo com suas idéias, e naturalmente acaba caindo em estados miseráveis, porque a existência é muito grande e não consegue seguir as suas idéias, as suas preces, as suas expectativas, as suas exigências.
É verdadeiro o provérbio que diz: o homem propõe e Deus dispõe. Mas não existe Deus algum para dispor. Na verdade, na própria proposição, você já dispôs dela. Você criou um fracasso para si mesmo porque você queria o sucesso.
Assim, nada existe para se ter expectativa, para se desejar. A existência é tão abundante que se você simplesmente esperar, ela começará a derramar flores sobre você. Uma vida de espera, sem qualquer expectativa, é a única vida religiosa que eu conheço. (...)
A minha experiência é que cada novo dia nos presenteia tanto que, quando penso retrospectivamente, não consigo conceber que eu pudesse ter tido tal expectativa. E ela sempre presenteia em abundância. A existência é muito compassiva e compartilha muito, mas apenas com aqueles que não exigem. A ausência de desejo é a base de todo grande acontecimento.
Sagaram, simplesmente espere em confiança e tudo que a existência tem lhe será revelado. (...)
É melhor não pedir coisa alguma, senão sempre haverá frustração.
Não peça e você será atendido.
Simplesmente confie silenciosamente e espere. Milagres estão sempre acontecendo para os meditadores. E o maior dos milagres é a revelação do mistério de si mesmo.
Você está indo muito bem, no caminho certo. E cuidado com sua mente, pois ela tentará perturbá-lo, distraí-lo e criar dúvidas.
Basta colocá-la de lado. Este grande caso nada tem a ver com a mente.

OSHO – The Invitation – Disc n° 3 – pergunta n° 3

Não pergunte como viver: VIVA!


Uma pessoa realmente rebelde é aquela que não está nem a favor nem contra a sociedade, é aquela que vive a sua vida de acordo com seu próprio entendimento. Se esse entendimento está contra ou a favor da sociedade, não importa, é irrelevante. Às vezes pode estar de acordo com a sociedade, às vezes pode não estar, mas este não é o ponto a ser considerado. Essa pessoa vive conforme a sua própria compreensão, conforme sua pequena luz. E não estou dizendo que com isso ela se torna muito egoísta. Não, essa pessoa é humilde. Sabe que sua luz é pequena, mas essa é toda a luz que possui. Ela não é inflexível, é muito humilde. Diz: ‘Posso estar errada, mas, por favor, permita-me estar errada de acordo comigo mesma.’
Esta é a única maneira de aprender. Cometer erros é a única maneira de aprender. Mover-se de acordo com a própria compreensão é a única maneira de crescer e tornar-se maduro. Se você estiver sempre procurando alguém que lhe diga o que fazer, obedecer ou desobedecer não fará muita diferença. Se estiver procurando por uma pessoa que lhe diga para decidira favor ou contra, nunca será capaz de saber o que é a vida. Ela tem que ser vivida e você terá que seguir a sua pequena luz.
Não é sempre que se tem certeza do que fazer. Se você está muito confuso, não se sinta mal com isso. Mas encontre uma maneira de sair da sua confusão. É muito fácil e barato ouvir os outros porque eles podem transmitir-lhe dogmas mortos, podem dar-lhe alguns mandamentos, faça isto, não faça aquilo. E eles estão muito certos dos seus mandamentos. Não é a certeza que deve ser buscada, mas sim a compreensão. Se você buscar a certeza, cairá em alguma armadilha. Não busque a certeza, busque a compreensão. A certeza, qualquer um pode dar-lhe. Mas na análise final você será um perdedor. Perderá sua vida só para estar seguro e certo. Mas a vida não é certa nem é segura.
Vida é insegurança. Cada momento é um mover-se para uma insegurança cada vez maior. É um jogo. Nunca se sabe o que vai acontecer. E é belo que não se saiba. Se fosse previsível não valeria a pena viver. Se tudo fosse como gostaríamos, se tivéssemos certeza de tudo, não seríamos absolutamente homens, seríamos máquinas. Somente para as máquinas tudo é certo e seguro.
O homem vive em liberdade. A liberdade necessita de insegurança e incerteza. Um verdadeiro homem de inteligência está sempre hesitante porque não tem nenhum dogma no qual se apoiar. Ele tem que olhar e responder *.
Lao Tzu diz: ‘Eu hesito e ando alerta na vida porque não sei o que vai acontecer. E não sigo nenhum princípio. Tenho que decidir a cada momento. Nunca decido de antemão. Tenho que decidir quando o momento chega.’
Então, é preciso estar pronto para responder. Isto é responsabilidade. Responsabilidade não é uma obrigação, não é um dever – é a capacidade de responder. Um homem que quer saber o que é a vida tem que ser responsivo. Este homem não está existindo. Séculos de condicionamento fizeram de você uma máquina. Você perdeu a humanidade, trocou-a pela segurança. Você tem segurança e conforto e tudo foi planejado pelos outros. E eles puseram tudo no mapa, mediram tudo. E tudo é absolutamente tolice, pois a vida não pode ser medida, é imensurável. E nenhum mapa é possível porque a vida é um fluxo constante. Tudo está mudando. Nada é permanente, exceto a mudança. Heráclito diz: ‘Não se pode pisar duas vezes no mesmo rio.’
E os caminhos da vida são tortuosos. Não são como os trilhos de uma estrada de ferro. Não, a vida não corre em trilhos. E essa é a sua beleza, a sua glória, a sua poesia, a sua música – é sempre uma surpresa.
Se você estiver buscando segurança e certeza, os seus olhos se fecharão. E cada vez vocêse surpreenderá menos, e perderá a capacidade de se maravilhar, terá perdido a religião. Religião é a abertura de um coração maravilhado, é a receptividade para o mistério que nos circunda.
Não busque segurança, não busque conselhos para viver a vida. As pessoas que me procuram e dizem, ‘Osho, como devemos viver nossas vidas?’, não estão interessadas em saber o que é a vida. Estão interessadas em estabelecer um padrão fixo. Estão mais interessadas em matar a vida do que em vivê-la. Querem que uma disciplina lhes seja imposta.
Existem, é claro, padres e políticos em todo o mundo, que estão prontos e sentados à sua espera. Procure-os e eles estarão preparados

para lhe impor suas disciplinas. Eles gostam do poder advindo da imposição de suas idéias sobre os outros.
Eu não estou aqui para isso. Estou aqui para ajudá-lo a tornar-se livre, inclusive de mim também. Quero ajudá-lo a livrar-se de mim. Meu sannyas é uma coisa muito paradoxal. Você se rende a mim para tornar-se livre. Eu o aceito e o inicio no sannyas para ajudá-lo a tornar-se absolutamente livre de todos os dogmas, de todas as escrituras, de todas as filosofias – e eu estou incluído nisto. O sannyas é tão paradoxal quanto a própria vida. E por isso é vivo.
Portanto, não pergunte a ninguém como viver a vida. A vida é tão preciosa! Viva-a. Não estou dizendo que você não cometerá erros; cometerá. Lembre-se apenas de uma coisa: não cometa o mesmo erro duas vezes. Só isso. Se puder encontrar um novo erro a cada dia, faça-o. Mas não repita erros, pois isso é uma tolice. Um homem que pode encontrar novos erros para cometer, cresce continuamente. Esta é a única maneira de aprender, é a única maneira de chegar à própria luz interior.”

OSHO – The Art of Dying – (extraído do Capítulo 1)

Não se esconda... (Osho)


A iluminação não é algo a ser alcançado, é algo a ser vivido.

Quando afirmo que alcancei a iluminação, quero dizer simplesmente que resolvi vivê-la. Só isso! E desde então a tenho vivido. É a decisão de não querer mais criar problemas - só isso. É a decisão de parar com toda essa besteira de criar problemas e encontrar soluções.

Toda essa baboseira é um jogo que você joga consigo mesmo - você se esconde e você mesmo procura, interpretando os dois papéis. E você sabe disso! É por isso que, quando falo disso, você ri.

Não estou falando de nada ridículo - você compreende. Está rindo de si mesmo. Observe-se rindo, veja seu sorriso - você compreende. Tem que ser assim porque é seu jogo: você se esconde e aguarda ser descoberto por si mesmo.

Pode se encontrar agora mesmo, porque é você que se esconde. É por isso que os mestres zen batem na cabeça das pessoas. Sempre que alguém diz: "Eu gostaria de ser um Buda", o mestre fica muito zangado. Pois a pessoa está dizendo bobagem. Ela é um Buda.

Se o Buda vem até mim e pergunta como ser um Buda, o que posso fazer? Bater-lhe na cabeça. "Quem você acha que está enganando? Você é um Buda."

Osho, em "A Música Mais Antiga do Universo"

Eu Sou


Onde quer que você esteja, relembre de si mesmo, que você é. Essa consciência de que você é deve tornar-se uma continuidade. Não seu nome, sua nacionalidade. Essas coisas são fúteis, absolutamente inúteis. Basta lembrar-se que: Eu sou. Isso não pode ser esquecido. Caminhando, sentado, comendo, falando, lembre-se de que: Eu sou.

Isso será muito difícil, bem árduo. No começo você continuará esquecendo: só haverá uns momentos quando você se sentirá iluminado, então isso desaparece. Mas não se sinta miserável; mesmo uns poucos momentos são muito. Continue, sempre quando você puder lembrar novamente segure o fio. Quando você esquecer, não se preocupe, lembre-se de novo, e aos poucos os intervalos diminuirão, os intervalos começarão a desaparecer, uma continuidade irá surgir.

E quando sua consciência se tornar contínua, você não precisa usar a mente. Assim não há nenhum planejamento, desse modo você age a partir de sua consciência, não a partir de sua mente. Portanto não há nenhuma necessidade de qualquer desculpa, nenhuma necessidade de dar qualquer explicação. Assim você é o que quer que você seja; não há nada para esconder. O que quer que você seja, você é. Você não pode fazer mais coisa alguma. Você só pode ficar num estado de contínua lembrança. Através dessa lembrança, dessa mentalidade, surge a autêntica religião, surge a autêntica moralidade.

Isso é o que os Hindus chamam de auto-lembrança, o que Buda chamou de mentalidade correta, o que Gurdjieff costumava chamar auto-relembrar, o que Krishnamurti chama de consciência. Essa é a parte mais substancial da meditação, lembrar-se que: Eu sou.

Você não precisa repeti-lo na mente, “Estou caminhando”. Se você repeti-lo, isso não é lembrança. Você precisa estar não verbalmente cônscio de que ‘Estou caminhando, estou comendo, estou falando, estou escutando’. O que quer que você faça, o ‘Eu’ interior não deve ser esquecido; isso deve permanecer.

Isso não é auto-consciência. Isso é consciência do eu. Auto-consciência é ego. Consciência do eu é asmita...pureza, somente estar cônscio de que ‘Eu sou’.

Geralmente, sua consciência está dirigida para o objeto. Você olha para mim: toda sua consciência se move na minha direção como uma flecha. Mas você está flechado em direção a mim. Auto-lembrança significa que você precisa ter uma dupla-flecha: um lado dela mostrando-se a mim, outro lado mostrando-se a você. Uma dupla-flecha é auto-lembrança.

Dicas de Osho


Você pergunta pelos meus dez mandamentos. Isso é muito difícil, porque eu sou contra qualquer tipo de mandamento. Todavia, só pela brincadeira, eu estabeleço o que se segue:
1 - Não obedeça a ordens, exceto àquelas que venham de dentro.
2 - O único Deus é a própria vida.
3 - A verdade está dentro, não a procure em nenhum outro lugar.
4 - O amor é a oração.
5 - O vazio é a porta para a verdade, é o meio, o fim e a realização.
6 - A vida é aqui e agora.
7 - Viva completamente acordado.
8 - Não nade, flutue.
9 - Morra a cada momento para que você possa se renovar a cada momento.
10 - Pare de buscar. O que é, é: pare e veja.

Osho, em "A Cup of Tea"

Confie na vida (Osho)


Não desperdice a sua vida com aquilo que lhe vai ser tirado. Confie na vida. Se você confiar, só então, será capaz de abandonar o seu conhecimento, só então, poderá colocar de lado a sua mente. E com a confiança, algo imenso tem início. Esta vida deixa de ser uma vida comum, torna-se plena de Deus, transbordante.

Quando o coração se torna inocente e as paredes desaparecem, você fica ligado ao infinito. E você não terá sido enganado; não existirá nada que lhe possa ser tomado. Aquilo que pode ser tirado de você, não vale a pena guardar; e aquilo que não há como ser tirado de você, por que haveria alguém de ter medo que lhe seja tirado? -- não pode ser levado, não há possibilidade. Você não pode perder o seu tesouro verdadeiro.

Osho The Sun Rises in the Evening Chapter 9

Voltando para dentro de si... OSHO


Quando se volta para dentro de si, você não deixa pegadas que possam ser seguidas por alguém.

Isso é impossível, já que o território interior de cada pessoa é tão diferente que nem as pegadas de Buda o ajudariam a seguir - se você seguir as pegadas de Buda literalmente, nunca encontrará a si mesmo.

O mapa de Jesus não vai ajudá-lo. Você não pode segui-lo literalmente. Ele pode ajudar você de maneira indireta; pode conscientizá-lo de certas coisas interiores, mas num sentido muito vago; pode lhe dar a confiança de que: "Sim, sem dúvida há um mundo interior, porque tanta gente não pode estar mentindo. Buda, Jesus, Zaratustra, Lao Tsé, Mahavira, Krishna, Maomé - esses indivíduos tão belos não podem estar mentindo. Não podem fazer parte de uma conspiração. Para quê? Eles nunca coexistiram - viveram em épocas diferentes, em países diferentes - e, no entanto, todos falam a mesma língua... "

Mas você não pode segui-los de maneira precisa, porque o território interior de Buda é diferente. Cada indivíduo é único, tanto que você têm de se descobrir sozinho - e para isso é preciso grande coragem.

Essa é a grande aventura da vida, e quem prossegue nessa aventura é abençoado.