domingo, 31 de janeiro de 2010

Você é você! (Auto-aperfeiçoamento - OSHO)


Todo auto-aperfeiçoamento é um caminho para o inferno. Todos os esforços para fazer alguma coisa, algo a partir de você – algo ideal – irão criar uma loucura cada vez maior. Os ideais são a base de toda loucura, e toda a humanidade é neurótica devido a ideais demasiados.

Por não terem ideais, os animais não são neuróticos. Por não terem ideais, as árvores não são neuróticas. Elas não estão tentando se tornar algo diferente. Elas estão simplesmente desfrutando tudo o que elas são.

Você é você. Mas, em algum lugar, lá no fundo, você deseja se tornar alguém especial, um Buda ou um Jesus, e então você fica girando em um círculo que nunca termina. Perceba o ponto: você é você. E o todo, ou a existência, deseja que você seja você. É por isso que a existência o criou; se não, teria criado um modelo diferente. Ela quis que você estivesse aqui neste momento. Ela não quis que Jesus estivesse aqui em seu lugar. E a existência sabe melhor, o todo sempre sabe melhor do que a parte.

Assim, simplesmente aceite a si mesmo. Se você puder aceitar a si mesmo, aprenderá o maior segredo da vida e tudo o mais acontecerá por conta própria. Simplesmente seja você mesmo. Não há necessidade de se puxar para as alturas; não há necessidade de estar em uma altura diferente daquela em que você já está; não há necessidade de ter uma outra face. Simplesmente seja como você é, em profunda aceitação, e então acontecerá um florescimento e você se tornará cada vez mais você mesmo.

É isso que eu chamo de let-go. Let-go não é um esforço que você possa fazer. É uma compreensão de que eu sou eu e os outros são os outros, e é sem sentido tentar se tornar alguém diferente do que eu sou. Isso cria uma tensão na mente; isso cria preocupação.

Uma vez que você abandone a idéia de tornar-se alguém, não há mais tensão. De repente toda a tensão desaparece. Você está aqui, luminoso, neste momento, e nada mais resta a fazer, exceto celebrar e desfrutar.

A paz que trago em meu peito


A paz que trago hoje em meu peito é diferente da paz que eu sonhei um dia...

Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz é poder fazer o que se quer, repousar, ficar em silêncio e jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção.

Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado do entendimento de algumas lições importantes que a vida nos oferece.

A paz está no dinamismo da vida, no trabalho, na esperança, na confiança, na fé...

Ter paz é ter a consciência tranqüila, é ter certeza de que se fez o melhor ou, pelo menos, tentou...

Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida.

Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz palavras que constroem.

Ter paz é ter um coração que ama...

Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que em suas água se espreguiçam...

Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.

Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não quando é não que se quer dizer...

Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade...

É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer...

Ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências...

A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições.

É a humildade para reconhecer que não sei tudo e aprender até com os insetos...

É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo.

É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra.

É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por ela.

A paz que hoje trago em meu peito é a confiança naquele que criou e governa o mundo...

A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, das leis soberanas da vida, o que a elas tiver oferecido.

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Às vezes, para manter a paz que hoje mora em teu peito, é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.

Lembra-te de usar o silêncio quando ouvir palavras infelizes.

Quando alguém está irritado.

Quando a maledicência te procura.

Quando a ofensa te golpeia.

Quando alguém se encoleriza.

Quando a crítica te fere.

Quando escutas uma calúnia.

Quando a ignorância te acusa.

Quando o orgulho te humilha.

Quando a vaidade te provoca.

O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.

A vida...


A vida é um fenômeno tão vasto; é impossível administrá-la. E se você realmente quiser administrá-la, você terá que reduzi-la ao mínimo; assim você pode administrá-la. Do contrário a vida é selvagem.
Ela é tão selvagem como essas nuvens e essa chuva e essa brisa e essas árvores e o céu.
(Osho)