quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sing for Me (Tarja Turunen)


It´s gettin hard to breathe
Darkness in my head frightens me
There´s a little devil in my mouth
Writing ugly words for you to shout
The virgin soul that lived in me
Is raped by insecurity
I need you to sing...

Sing for me, my love
Sing the right from wrong
Here inside my mind
Truth is hard to find

It´s getting too crowded here
All alone and playing with my fear
I don´t want this anymore
I´ve tied myself down to the floor
I need you to sing

Sing for me, my love
Sing the right from wrong
Here inside my mind
Truth is hard to find

Boy an the Ghost (Tuomas)


The streets are empty
inside it´s warm
his hands are shaking
they locked the door

a voice is calling
asking to get in

All he wanted was a toy
All he needed was a gentle heart
To lead him through the dark
when his dreans are running wild

Boy and the ghost

Fire´s not burning
The lights went out
The lights went out

Big family dinner
the untold pain
their eyes are sparkling
on his frozen face

Angels calling
Asking to get in

All he wanted was a toy
All he needed was a gentle heart
To lead him through the dark
When there´s nowhere left to fall

Boy and the ghost

His eyes are burning
The lights went out
The dream is on

Wake up, wake up
There´s an angel in the snow
Look up, look up
It´s a frightened dead boy
With so much hate
such bad dreams
He could have seen
The toy´s the key
But no one saw
No one saw

All he wanted was a toy
All he needed was a beating heart
to lead him through the dark
Boy and the ghost

When there´s nowhere left to fall
Nowhere to hide
The silence is hurting
Inside it´s cold
Sleep or die
Nowhere to go
Nowhere to hide

I Walk Alone (Tarja Turunen)


Put all your angels on the edge
Keep all the roses, I´m not dead
I left a thorn under your bed
I am never gone

Go tell the world I´m still around
I didn´t fly, I´m coming down
You´re the wind, the only sound

Whispering to my heart
when hope is torn apart
No one can save you

I walk alone
every step I take
I walk alone
My winter storm
Holding me awake
is never gone
When I walk alone

Go back to sleep forevermore
Far from your fools, I lock the door
They are all around, and they´ll make sure
You don´t have to see
What I turn out to be
No one can help you

I walk alone
every step I take
I walk alone
My winter storm
Holding my awake
Is never gone
when I walk alone

Waiting in heaven
I was never far from you
Spinning down I felt your every move

I walk alone...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Some pictures say everything...
















Dragon´s Prayer


O, Lord, who made the dragon,
and the dragon´s open sky
and gave to me a dragon´s soul,
a dragon´s urge to fly
Let me dance within your clouscapes
far beyond Earth´s chains
Let me rejoice in my grandeur,
let me not grow vain!
Let me vindicate my honor
with my fang and claw,
let my raging heart show mercy,
let that show no flaw!
Let me have the joy of all the shining gold I´ve stored,
let no pauper-dragon go forth starving from my hoard.
And, Lord, should the need arise
and I be called to fight
Dragon-Maker, make me victor,
and, God --- help that knight!

Trecho de "The Poet and the Pendulum" - Tuomas Holopainen


"Be still, my son
You´re home
Oh when did you become so cold?
The blade will keep on descending
All you need is to feel my love

Search for beauty, find your shore
Try to save them all, bleed no more
You have such oceans within
In the end I will always love you"

The Islander - Tuomas Holopainen

An old man by a seashore
at the end of day
Gazes the horizon
with seawinds in his face
Tempest-tossed island
Seasons all the same
Anchorage unpainted
and a ship without a nam

Sea without a shore for the banished one unheard
He lightens the beacon, light at the end of world
Showing the way lighting hope in their hearts
The ones on their travels homeward from afar

This is for long-forgotten
Light at the end of the world
Horizon crying
The tears he left behind long ago

The albatross is flying
Making him daydream
The time before he became
One of the world´s unseen
Princess in the tower
Children in the fields
Life gave him it all
An island of the universe

Now his love is a memory
a ghost in the fog
He sets the sails one last time
saying farewell to the world
Anchor to the water
Seabed far below
Grass still in his feet
And a smile beneath his brow


This is for long-forgotten
Light at the end of the world
Horizon crying
The tears he left behind so long ago...

domingo, 19 de julho de 2009

Tempo - Mário Quintana


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já se terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!

Agora, é tarde demais para ser reprovado.

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.

--- E, mais uma vez, agradeço ao tão querido amigo Ciranda por mais esta lição de vida!!! Te adoro, meu amigo querido!!!

sábado, 18 de julho de 2009

Quintana - Lunar


Quintana, sempre!


Dá-lhe Quintana!


Quintanares


Mais Mário...


Não coma a vida com garfo e faca.
Lambuze-se!
Muita gente guarda a vida para o futuro...
Mesmo que a vida esteja na geladeira,
se você não a viver, ela se deteriorará.
É por isso que tantas pessoas se sentem
emboloradas na meia idade
Elas guardam a vida, não se entregam ao amor,
ao trabalho, não ousam, não vão em frente.
Não deixe sua vida ficar muito séria,
saboreie tudo o que conseguir:
as derrotas e as vitórias,
a força do amanhecer e a poesia do anoitecer.
Com o tempo, você vai percebendo,
que para ser feliz, você precisa aprender a gostar de si,
a cuidar de si e, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do próprio jardim.


--- Obrigada, meu querido amigo Gilberto, por todo o apoio!!!

sábado, 11 de julho de 2009

Poet´s Obligation - O Dever do Poeta - Pablo Neruda


To whoever is not lestening to the sea
this Friday morning,
to whoever is cooped upin house or office,
factory or womanor street
or mine or harsh prison cell;
to him I come,
and,
without speaking or looking,
I arrive and open the door of his prison,
and a vibration starts up, vague and insistent,
a great fragment of thunder sets in motion
the rumble of the planet and the foam,
the raucous rivers of the ocean flood,
the star vibrates swiftly in its corona,
and the sea is beating, dying and continuing.
So, drawn on by my destiny,
I ceaselessly must listen to and keep
the sea's lamenting in my awareness,
I must feel the crash of the hard water
and gather it up in a perpetual cup
so that, wherever those in prison may be,
wherever they suffer the autumn's castigation,
I may be there with an errant wave,
I may move, passing through windows,
and hearing me, eyes will glance upward
saying "How can I reach the sea?"
And I shall broadcast, saying nothing,
the starry echoes of the wave,
a breaking up of foam and quicksand,
a rustling of salt withdrawing,
the grey cry of the sea-birds on the coast.
So, thorugh me, freedom and the sea
will make their answer
to the shuttered heart.


(Àquele que não escuta o mar nesta manhã
de sexta-feira, e encarcerado está dentro de algo,
casa, escritório, fábrica ou mulher,
ou rua ou mina ou árido calabouço...
a esse acorro eu e, sem falar nem ver,
chego e abro a porta da clausura
e, ao abri-la, um vago borburinho
ouve-se dentro,
um longo trovão desfeito encorpora-se
ao peso do planeta e da espuma,
surgem os rios rumorosos do oceano,
vibra veloz no ser rosal a estrela
e o mar palpita, fenece e continua.
Assim, pelo destino conduzido,
devo, sem descanso, ouvir e conservar
o lamento marinho na minha consciência,
devo sentir a pancada violenta da água
e recolhê-la numa taça eterna
para que onde esteja o encarcerado,
aonde sofra o castigo do Outono
esteja eu presente com uma onda errante,
circule eu através das janelas
e, ao ouvir-me, o olhar levante,
dizendo: como chegarei junto do oceano?
Então, sem dizer nada, transmitirei
os ecos rutilantes da onda,
uma derrocada de espuma e areais,
um sussuro de sal que se afasta,
o grito cinzento da ave do litoral.
E assim, a liberdade e o mar responderão
por mim
ao sombrio coração.)

O Guardador de Rebanhos VIII (Alberto Caeiro)


Num meio dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia
Vi Jesus Cristo descer à terra,
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu,
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras,
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz,
e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três,
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz no braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras nos burros,
Rouba as frutas dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as cousas,
Aponta-me todas as cousas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus,
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar no chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia,
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou
– “Se é que as criou, do que duvido" –
"Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada,
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres".
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
.........................................................................
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo
que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos a dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das cousas só dos homens
E ele sorri, porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos-mares
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do sol
A variar os montes e os vales,
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos,
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu no colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
..........................................................................
Esta é a história do meu Menino Jesus,
Por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)

Poema em Linha Reta - Álvaro de Campos


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles,
tantas vezes porco,
tantas vezes vil,


Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;


Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!


Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Lisbon Revisited (1923) - Álvaro de Campos


NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!

Não me apregoem sistemas completos,
não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
— Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido,
com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?

Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço.
Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!

Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz!
Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio
quero estar sozinho!

Ocean Soul (Tuomas Holopainen)


One more night
To bear this nightmare
What more do
I have to say

Crying for me
was never worth a tear
My lonely soul is only filled with fear
Long hours of loneliness
Between me and the sea

Losing emotion
Finding devotion
Should I dress in white and search the sea
As I always wished to be
one with the waves
Ocean Soul


Walking the tideline
I hear your name
Is angels wispering
Something
so beautiful
it hurts


I only wished
to become something beautiful
Through my music,
through my silent devotion